Após uma recuperação parcial em 2019 e 2020, a demanda por vistos americanos no Brasil voltou a cair em 2021 e 2022, atingindo o menor nível desde 2010. Segundo dados do consulado dos Estados Unidos, o número de solicitações de vistos caiu de 1,5 milhão em 2019 para 800 mil em 2022, uma redução de 47%. A tendência se mantém em 2023, com uma queda de 15% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os motivos para essa queda são diversos, mas alguns fatores se destacam: a pandemia de Covid-19, que restringiu as viagens internacionais e impôs novas exigências sanitárias; a crise política, que gerou instabilidade e incerteza no país; a desvalorização do real, que encareceu as viagens internacionais; a maior oferta de destinos alternativos, como Europa, Ásia e América Latina; e a mudança no perfil dos viajantes, que buscam experiências mais sustentáveis e responsáveis.
Além disso, o processo para obter o visto americano também se tornou mais rigoroso e demorado nos últimos anos, exigindo mais documentos, entrevistas e taxas. O tempo médio de espera para agendar uma entrevista no consulado passou de 30 dias em 2019 para 60 dias em 2022. Em alguns casos, o prazo pode chegar a 120 dias.
Para tentar reverter essa situação, o governo americano tem adotado algumas medidas para facilitar a emissão de vistos e atrair mais turistas brasileiros. Uma delas é a manutenção do programa Global Entry, que permite aos viajantes frequentes entrar nos Estados Unidos sem passar pela fila da imigração. Outra é a renovação automática do visto para quem já teve um anteriormente e não mudou de categoria. Além disso, o consulado tem investido em campanhas de divulgação e parcerias com agências de viagem e operadoras de turismo.
Segundo o cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, Adam Shub, o Brasil é um mercado estratégico para os Estados Unidos e há um interesse mútuo em fortalecer os laços entre os dois países. Ele afirma que o objetivo é facilitar ao máximo a obtenção de vistos e incentivar os brasileiros a visitarem os Estados Unidos. Ele ressalta que os Estados Unidos oferecem uma grande diversidade de destinos, culturas e atividades para todos os gostos e bolsos.
O turismo é um dos setores mais importantes da economia americana, gerando empregos, renda e investimentos. Em 2022, os Estados Unidos receberam cerca de 60 milhões de visitantes estrangeiros, que gastaram cerca de 200 bilhões de dólares no país. Os brasileiros foram responsáveis por cerca de 4% desse valor, ocupando o sétimo lugar no ranking dos maiores gastos por país. A expectativa é que esse número cresça nos próximos anos, com a melhoria da situação sanitária e econômica no Brasil e no mundo.
